Casa da Memória de Medianeira prepara eventos e exposição histórica

Resgatar a história para continuar fazendo história. É com este objetivo que a Casa da Memória Roberto Antonio Marin, de Medianeira, inicia os trabalhos. A Unicultura, responsável pela assessoria técnica, fechou a equipe que estará à frente das ações de preservação da história do município. A gestão do espaço está a cargo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e da Secretaria de Educação e Cultura. Segundo o Diretor da Unicultura, Ricardo Trento, o registro da memória é a prova da existência humana. “Olhar para as nossas memórias cria em si uma reflexão entre o que fomos, estamos e a possibilidade do que queremos ser. Quando digo que eu sou Ricardo Trento, imediatamente identifico fisicamente parte do meu núcleo familiar, que tenho testemunhas oculares da minha trajetória, o lugar que ocupo. É preciso revisitar essas memórias, fazer escolhas diferentes, aprimorar os conhecimentos, reconhecer os meus feitos, a obra criada. De maneira mais geral: qual o legado da cidade de Medianeira para o seu povo e do seu povo para a cidade, para a região, para o estado, para o país? Tudo passa pela função social de corroborar com a formulação de políticas públicas para sempre evoluir em seu desenvolvimento humano. Uma Casa da Memória também tem a função libertadora para que não sejamos escravos do nosso próprio modelo”, destaca.

A secretária de Desenvolvimento Econômico, Marcia Hanzen, salienta a importância deste momento para a memória de Medianeira. “Estamos dando o início neste importante trabalho de levantamento dos acervos das famílias que fizeram, e fazem parte da história de Medianeira. Um trabalho que é o coração e a alma da Casa da Memória. É contínuo e que esperamos que jamais se encerre”.

Farão parte do dia a dia do espaço a historiadora Franciele Aparecida de Araujo, a jornalista Ana Cláudia Valério e Marildo Turmina, responsável pela recepção de visitantes e agendamento de grupos. Além do suporte das historiadoras Roseli Boschilia da UFPR e Carla Conradi da Unioeste, e da bibliotecária Angela Cherobim. “Neste momento estamos elaborando o plano de ação, que envolve planejamento, ideias e toda parte operacional para recebimento de materiais, organização e catalogação”, explica a coordenadora de Gestão Documental e Memória da Casa da Memória, Ana Cláudia Valério.

Para a historiadora Franciele Aparecida de Araujo: “Trabalhar com memórias sempre foi algo que me encantou. Quando surgiu a oportunidade de fazer parte da equipe da Casa da Memória, fiquei muito animada com a possibilidade de reunir fontes históricas sobre a história de Medianeira. Temos muitas informações, documentos históricos e diversas histórias para serem contadas que, infelizmente estão se perdendo por falta de registros e porque as principais fontes históricas, as pessoas que vieram para cidade há mais de 60 anos estão envelhecendo, falecendo e suas memórias se perdendo com o tempo”, ressalta.

Com a estrutura e equipes formados é o momento das pessoas colaborarem com a doação e/ou empréstimo de materiais históricos, tais como fotos, cartas, mapas e objetos. “Teremos o cuidado na seleção e utilização de tudo o que nos for entregue, inclusive avaliando o valor histórico. Todos os materiais serão disponibilizados mediante termos de doação e/ou empréstimo e devolvidos num prazo estabelecido. Além disso, iniciaremos as gravações em áudio e vídeo com as famílias pioneiras, para termos documentado os primórdios da colonização e a trajetória do município”, detalha Ana Cláudia.

 A historiadora Franciele complementa que o objetivo da Casa da Memória é conversar com as pessoas para que elas contem suas histórias de vida, registrar estas informações, reunir fontes históricas, reviver memórias e contribuir para a constituição da história da cidade. “Muito material já foi produzido e a Casa da Memória tem o intuito de ser uma guardiã destas memórias, apresentando à sociedade medianeirense um arquivo de fontes históricas sob diversos ângulos, ou seja, uma história que contemple a sua pluralidade cultural, para que as futuras gerações possam conhecer e ter orgulho do passado à qual pertencem. Por isso, estamos aqui na Casa da Memória de portas abertas para receber os medianeirenses que queiram compartilhar conosco suas memórias”, esclarece.

Após o recebimento e organização dos materiais, será realizada uma Exposição Histórica sobre a colonização de Medianeira. Além disso, a Casa da Memória também realizará Cafés Culturais temáticos. O primeiro já acontece no dia 11 de março, valorizando os tempos áureos dos Carnavais de Medianeira. E o segundo em comemoração aos 50 anos da conquista da Taça Paraná. “Os Cafés Culturais têm o objetivo de reunir pessoas e materiais sobre temas específicos, para que possam reviver e recordar momentos importantes e principalmente que essas memórias sejam preservadas”, finaliza a coordenadora de Gestão Documental e Memória.

A Casa da Memória fica na Rua Argentina – 1546 – Centro (antiga Prefeitura). O telefone de contato é (45) 3264-8602 e o horário de funcionamento de segunda a sexta das 10h às 20h30 e aos sábados das 8h às 12h.

Sobre

A Casa da Memória Roberto Antonio Marin é um espaço cultural dedicado a documentação, pesquisa e o resgate do Patrimônio Cultural de Medianeira, que promove a preservação e valorização da História local.

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