Natural da comunidade Novo Paraíso, município de Nova Palma (RS), Roberto Antonio Marin nasceu em 1º de dezembro de 1954 em uma família de sete irmãos. Seus pais, pequenos agricultores, são descendentes de imigrantes italianos, que vieram da região do Veneto, Província de Belluno, para o Brasil por volta de 1883 e se fixaram na região Central do Rio Grande do Sul.
Roberto viveu a infância e adolescência naquele local, estudou numa escola multisseriada, fez ginásio, segundo grau em Santa Maria e cursou Filosofia na Universidade Federal de Santa Maria. Formado em 1981, ainda durante o governo militar, participou de diversos movimentos sociais. Chegou a Medianeira em 1982, onde atuou como professor por 24 anos. Casou-se com Ivanete Moraes Marin, com quem tem uma filha engenheira agrônoma (Talita) e de 2003 a 2020 trabalhou na assessoria de imprensa da Lar Cooperativa Agroindustrial.
Além da formação em filosofia, Roberto é historiador – entre 2018/2019 fez especialização em História, na Unipar, em Cascavel (PR) -, também poeta, declamava e estudava física quântica.
Ao longo dos anos, Roberto Marin investiu para formar a sua biblioteca, onde recebia visitas com muito carinho. Nela há uma série de livros que tratam de diversos assuntos, além de reportagens e fotos.
Nos 17 anos como colaborador da Lar Cooperativa Agroindustrial, Roberto escreveu 79 edições da Revista da Lar, o livro “Lar na História. Os 40 anos da Cooperativa Agroindustrial Lar” e o último livro lançado: “Lar 55 anos. Passado, presente, realidade e Imaginação”, uma obra fotográfica.
O historiador também foi um grande colaborador do Jornal Mensageiro, de Medianeira (PR) fazendo reportagens para as colunas “De Sol e Lua” e “Memória Terrunha”. A primeira começou a escrever após notar que muitas pessoas estavam saindo de Medianeira. Para isso, criou o pseudônimo ‘De Sol e Lua’: as que brilhavam (Sol) eram as pessoas que contribuíram muito na colonização para o crescimento e desenvolvimento da região; outras, um dia, por diversas razões, acabaram por perder o brilho (Lua). Nessa coluna foram publicados depoimentos de cerca de 200 pessoas que ficaram registradas na memória de Medianeira, entre os anos de 1989 até 2004. A reportagens também estão no livro “De Sol e Lua, por onde anda?”. Depois surgiu a coluna “Memória Terrunha”, ou seja, coisas da terra. Este novo desafio foi provocado porque Roberto percebeu que a memória da região Oeste estava se perdendo com o tempo, especialmente com as pessoas que eram agricultores, produtores rurais. Foi atrás desses trabalhadores com apenas um pedido a todos: ‘Conte-me quem é você’? e deixava a conversa acontecer.
Roberto Marin faleceu em 29 de junho de 2022. Na mesma data, o Executivo Municipal enviou para a Câmara de Vereadores de Medianeira o projeto de Lei nº069/2022 para que a Casa da Memória de Medianeira fosse denominada Roberto Antonio Marin. O projeto foi aprovado por unanimidade e em 21 de julho do mesmo ano a lei nº 1059/2022 foi sancionada pelo prefeito Antonio França Benjamin.
*BIOGRAFIA ESCRITA COM BASE NA ENTREVISTA CONCEDIDA AO JORNAL MENSAGEIRO, DE MEDIANEIRA (PR), PUBLICADA EM 28 DE MAIO DE 2020.
Promover a pesquisa, reconhecimento, documentação, preservação e divulgação da História de Medianeira, como um espaço democrático de valorização das memórias, da diversidade cultural, do patrimônio histórico material e imaterial, contribuindo para a construção da identidade do município.
Ser um espaço plural de referência histórico-cultural e guardião das memórias de Medianeira, para que as futuras gerações possam conhecer e valorizar o passado à qual pertencem.